terça-feira, 24 de maio de 2011

Como nos tempos da Inquisição

Como nos tempos da Inquisição
Rodrigo Martins 23 de maio de 2011 às 17:43h

Após defender o direito à união civil homoafetiva a CartaCapital, o pastor Ricardo Gondim vira alvo de ofensas na internet e perde o posto de colunista em revista evangélica na qual escrevia há 20 anos

Após defender o Estado laico e o reconhecimento jurídico da união homoafetiva em entrevista a CartaCapital no fim de abril (clique aqui para ler), o pastor Ricardo Gondim, líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista, virou alvo de ferrenhos ataques de grupos evangélicos na internet. Um fiel chegou a dizer, pelo Twitter, que se pudesse “arrancaria a cabeça” do pastor herege. “É como se vivêssemos nos tempos da Inquisição”, comenta Gondim, que já previa uma reação de setores do mainstream evangélico, os movimentos neopentecostais com forte apelo midiático. Surpreendeu-se, no entanto, ao ser informado que, graças às declarações feitas à revista, não poderia mais escrever para uma publicação evangélica na qual é colunista há 20 anos.

“Fui devidamente alertado pelo reverendo Elben Lenz Cesar de que meus posicionamentos expostos para a CartaCapital trariam ainda maior tensão para a revista Ultimato”, escreveu Gondim em seu site pessoal, na sexta-feira 20. “Respeito o corpo editorial da Ultimato por não se sentir confortável com a minha posição sobre os direitos civis dos homossexuais. Todavia, reafirmo minhas palavras: em um Estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis. Minhas convicções teológicas ou pessoais não podem intervir no ordenamento das leis.”

Por telefone, o pastor explicou as razões expostas pela revista evangélica para “descontinuar” a sua coluna, falou sobre as ofensas que sofreu na internet e não demonstrou arrependimento por ter falado à CartaCapital em abril. “A entrevista foi excelente para distinguir algumas coisas. Nem todos os evangélicos pensam como esses grupos midiáticos que confundem preceitos religiosos com ordenamento jurídico e querem impor sua vontade a todos.”

CartaCapital: Qual foi a justificativa dada pela revista Ultimato para descontinuar a sua coluna na publicação?
Ricardo Gondim: Eu escrevi para a Ultimato por 20 anos. Trata-se de uma publicação evangélica bimensal, na qual eu tinha total liberdade para escrever sobre o que quisesse. Não falava apenas da doutrina, mas de muitos assuntos relacionados ao cotidiano evangélico. E nunca sofri qualquer tipo de censura. Mas, agora, eles entenderam que as minhas declarações a CartaCapital eram incompatíveis com o que a Ultimato defende e expuseram três argumentos para justificar a decisão. Eu não concordo com essas teses e, para dar uma satisfação aos leitores, publiquei uma carta de despedida no meu site (www.ricardogondim.com.br).

CC: A defesa dos direitos civis de homossexuais foi um dos aspectos criticados pelo corpo editorial da revista?
RG: Sim. Eles entendem que o apoio à união civil de homossexuais abriria um precedente dentro das igrejas evangélicas para a legitimação do ato em si, a homossexualidade. Tentei explicar que uma coisa é teologia, outra é o ordenamento das leis. Num Estado é laico, não podemos impor preceitos religiosos à toda a sociedade. Uma coisa não transborda para a outra. Dei como exemplo o fato de a Igreja católica viver muito bem em países que reconhecem juridicamente o divórcio, embora ela condene a prática e se recuse a casar pessoas divorciadas. Eu não fiz uma defesa da homossexualidade, e sim dos direitos dos homossexuais. O direito deve premiar a todos. Num Estado democrático, até mesmo os assassinos têm direitos. Não é porque eles cometeram um crime que possam ser torturados ou agredidos, por exemplo. As igrejas podem ter uma posição contrária à homossexualidade, mas não podem confundir seus preceitos com o ordenamento jurídico do país ou tentar impor sua vontade. Muitos disseram que o Supremo Tribunal Federal tripudiou sobre as igrejas evangélicas ao reconhecer a união estável homoafetiva. Nada disso, o STF estava apenas garantindo os direitos de um segmento da sociedade. Essa é sua função.

CC: Quais foram os outros aspectos criticados?
RG: Eles também criticaram uma passagem da entrevista na qual eu contesto a visão de um Deus títere, controlador da história e da liberdade humana, como se tudo que acontecesse de bom ou ruim fosse por vontade divina e ou tivesse algum significado maior. E apresentaram um argumento risível: o de que a minha tese coloca em xeque a ideia de um Deus soberano. Claro que sim! Deus soberano é uma visão construída na Idade Média, e serviu muito aos interesses de nobres e pessoas do clero que, para justificar seu poder, se colocavam como representantes da vontade divina na terra. Só que essa visão é incompatível com o mundo de hoje. O Estado é laico. As pessoas guiam os seus destinos. Deus não pode ser culpado por uma guerra, por exemplo. Não vejo nisso nenhuma expressão da vontade divina, nem como punição.

CC: O fato de o senhor ter criticado a expansão do movimento evangélico no País também foi destacada?
RG: Sim. Eu fiz um contraponto à tese de que o Brasil ficará melhor com o crescimento da comunidade evangélica. Não acho que é bem assim. Critica-se muito a Europa pelo fato de as igrejas de lá estarem vazias, mas eu não vejo isso como um sinal de decadência. Ao contrário, igreja vazia pode ser sinal do cumprimento de preceitos do protestantismo se os cidadãos estão mais engajados com suas comunidades, dedicados às suas famílias, preocupados com os direitos humanos, vivendo os preceitos do cristianismo no cotidiano. Eu critico essa visão infantilizadora da vida, na qual um evangélico precisa da igreja para tudo e Deus é responsável por tudo o que acontece.

CC: O senhor se arrepende de ter concedido aquela entrevista à CartaCapital?
RG: De maneira alguma. O repórter Gerson Freitas Jr. até conversou comigo, preocupado com a reação que as minhas declarações poderia causar na comunidade evangélica. Mas a entrevista foi excelente para distinguir algumas coisas. Nem todos os evangélicos pensam como esses grupos midiáticos que confundem preceitos religiosos com ordenamento jurídico e querem impor sua vontade a todos. Eu já esperava alguma reação, só não sabia que viria com tanta virulência. Um evangélico chegou a dizer, pelo Twitter, que se pudesse arrancaria a minha cabeça. É como se vivêssemos nos tempos da Inquisição. Recebi inúmeros e-mails com ofensas e mensagens de ódio. Não sei precisar quantos, porque fui deletando na medida em que chegavam à caixa postal. Também surgiram centenas de textos me satanizando em blogs, sites e redes sociais.

CC: E entre os fiéis da sua igreja? Houve algum constrangimento?
RG: Alguns, influenciados pelo bafafá na internet, vieram me questionar. Então fiz questão de dar uma satisfação à minha comunidade. Após discursar, acabei aplaudido de pé, fiquei até meio constrangido diante daquela manifestação de apoio.

Observação: Todos os comentários no site da CartaCapital estão submetidos a moderação. Não serão tolerados textos ofensivos, de teor preconceituoso ou com acusações injuriosas.

Crédito da foto: Olga Vlahou.
Rodrigo Martins

Rodrigo Martins é repórter da revista CartaCapital há cinco anos. Trabalhou como editor assistente do portal UOL e já escreveu para as revistas Foco Economia e Negócios, Sustenta!, Ensino Superior e Revista da Cultura, entre outras publicações. Em 2008 foi um dos vencedores do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Acompanhe também pelo www.twitter.com/rodrigomartins0.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/como-nos-tempos-da-inquisicao

Professora Amanda Gurgel, do RN, fala sobre situação crítica da educação e vira heroína nas redes sociais

RIO - A professora do Rio Grande do Norte Amanda Gurgel virou heroína da causa da classe, por melhores salários, nas redes sociais. Um vídeo no qual ela silencia os deputados do RN em audiência pública quando fala sobre a situação crítica da educação já tem mais de 54 mil visualizações no You Tube. Desde o começo da tarde desta quarta-feira (18) o nome “Amanda Gurgel” já está na lista brasileira dos Trending Topics, no Twitter.

Em seu depoimento, Amanda Gurgel acaba fazendo um resumo preciso sobre o quadro da educação no Brasil apresentando seu contracheque de R$ 930 reais. “Como as pessoas até agora, inclusive a secretária Bethania Ramalho, apresentaram números, e números são irrefutáveis, eu também vou fazê-lo. Apresento um número de três algarismos apenas, que é o do meu salário, de R$ 930".

A professora continua seu discurso dizendo que "os deputados deveriam estar todos constrangidos com a educação no estado do Rio Grande do Norte e no Brasil. Não aguentamos mais a fala de vocês pedindo para ter calma. Entra governo, sai governo, e nada muda. Precisamos que algo seja feito pelo estado e pelo Brasil. O que nós queremos agora é objetividade”.

fonte: http://extra.globo.com/noticias/educacao/professora-amanda-gurgel-do-rn-fala-sobre-situacao-critica-da-educacao-vira-heroina-nas-redes-sociais-1840767.html

BLOG DO ROSSINY CAVALCANTI: Finalmente sai primeiro beijo gay da tevê

Casal Félix e Niko contracenam primeiro beijo gay em novela brasileira
Casal Félix e Niko contracenam primeiro beijo gay em novela brasileira
Publicação: 31/01/2014 22:17 Atualização: 31/01/2014 22:20
Foto: TV Globo/Reprodução
Foto: TV Globo/Reprodução
A polêmica, enfim, acabou. O tão esperado beijo gay em uma novela das nove ocorreu nesta sexta-feira (31/1), durante a exibição do último capítulo da novela Amor à vida. O casal Félix (interpretado pelo ator brasiliense Mateus Solano) e Niko (de Tiago Fragoso) se beijaram no folhetim de Walcyr Carrasco.
Ao longo da última semana, a expectativa do beijo crescia cada vez mais. Nessa terça-feira (28/1), o perfil oficial da Rede Globo nas redes sociais postou a hashtag #feliko, indicado que a cena poderia ocorrer.
Félix começou a novela como o grande vilão, porém, após ter sido humilhado e terminar vendendo cachorro-quente nas ruas, ele caiu nas graças do público e, terminou o folhetim, como um dos personagens mais carismáticos. Niko, que sofreu na mão do ex-companheiro Eron e da médica Amarilys, também acabou sendo aceito pela audiência. Dessa forma, a união dos dois personagens colocou o casal como o mais forte candidato ao primeiro beijo gay das novelas.
Esse não é o primeiro beijo gay da Rede Globo. Na atração Amor & Sexo, comandada por Fernanda Lima, dois homens tinham trocado carícias (leves) em cena. O mais recente caso foi o Big Brother Brasil 14 que transmitiu (com cortes, é verdade) os beijos das participantes Vanessa e Clara.
Fonte: https://robertamalmeida.wordpress.com/2014/02/01/casal-felix-e-niko-contracenam-primeiro-beijo-gay-em-novela-brasileira/

Finalmente sai primeiro beijo gay da tevê

Publicado em 24 24America/Recife maio 24America/Recife 2011 por robertamalmeida

23/05/2011 – 11h45

Por : André Fischer,

Finalmente sai primeiro beijo gay da tevê


1o beijo entre homens na tv brasileira já tem data marcada. Veja cena e comentário do protagonista.

Rodrigo Candelot e Mauricio Branco são namorados em Natalia


O primeiro beijo entre homens em novelas da tevê brasileira vai finalmente acontecer.
Vai ser no seriado Natália da TV Brasil, a rede pública federal. A cena será protagonizada pelo booker de modelos encarnado por Maurício Branco e Rodrigo Candelot (o coronel Formoso de Tropa de Elite), na frente da chefe Claudia Ohana e será um longo beijo de despedida.

Maurício Branco, que apresentou recentemente o quadro Gayme no programa Amor & Sexo da Tv Globo, conta como foi a gravação da cena histórica.

“Rodrigo foi escalado para fazer seu namorado francês na série. No dia da gravação ele queria dar um beijo rápido porque na verdade não queríamos que o beijo fosse o ponto principal da cena. Gostaríamos de mostrá-lo de forma espontânea sem alardes. Mas na hora do ensaio pedi que Rodrigo demorasse mais. Já que daríamos o primeiro beijo em canal aberto,gostaria que as pessoas vissem um beijo de verdade,com amor.E foi o que aconteceu!

Não perca: 17 de julho, às 22h30h, na série Natália, da TV Brasil.

fonte:http://mixbrasil.uol.com.br/cultura-gls/televisao/finalmente-sai-primeiro-beijo-gay-da-teve.html

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fonte: http://robertamalmeida.wordpress.com/2011/05/24/finalmente-sai-primeiro-beijo-gay-da-teve/
acesso: 24/05/2011

domingo, 3 de abril de 2011

A ética abortista

Análise
A ética abortista
Os argumentos pela vida não são apenas religiosos
Por padre John Flynn, L.C.

ROMA, domingo, 3 de abril de 2010 (ZENIT.org) - Os defensores do direito ao aborto costumam criticar os que apoiam a vida por supostamente tentar impor suas crenças religiosas aos demais. Ainda que a religião proporcione ao debates sólidos argumentos, estes não são apenas religiosos, como destaca um livro de recente publicação.

Christopher Kaczor, em ‘The Ethics of Abortion: Women's Rights, Human Life and the Question of Justice’ (A Ética do Aborto: Direitos das Mulheres, Vida Humana e a Questão da Justiça) (Editora Routledge), toma uma postura filosófica perante o aborto e explica por que não é justificável.

Um dos pontos chave que Kaczor enfrenta é: quando se começa a ser pessoa. Alguns defensores do aborto sustentam que se pode distinguir os humanos das pessoas. Um exemplo dado é o de Mary Anne Warren, que oferece critérios para se levar em conta antes de dizer de alguém que ele é uma pessoa.

Ela propõe que as pessoas têm consciência dos objetos e dos acontecimentos e a capacidade de sentir dor. Têm também a força da razão e a capacidade para atividade auto-motivada, junto à capacidade de comunicação.

Como resposta a tais argumentos, Kaczor assinala que, usando tais critérios, seria difícil sustentar razões contra o infaticídio, posto que um bebê recém-nascido não cumpre tais critérios.

Por outro lado, não deixamos de ser pessoas quando estamos dormindo ou sedados em uma operação cirúrgica, ainda que nesses momentos não sejamos conscientes nem estejamos em movimento. De igual forma, quem sofre de demência ou os deficientes não satisfazem os critérios de Warren para ser pessoas.

Uma questão de lugar

Outro posicionamento para justificar o aborto é o que se baseia na localização, quer dizer, se se está fora ou dentro do útero. Kaczor afirma que a pessoa vai muito além da simples localização. Se admitimos este argumento, segue-se que, quando há uma fecundação artificial fora do útero, o novo ser teria o status de pessoa, mas logo o perderia quando fosse implantado, voltando a ganhá-lo quando saísse do útero.

Há também casos de cirurgia fetal aberta, procedimento em que o feto humano é extraído do útero. Se determinarmos o ser pessoa por uma existência fora do útero, nos veríamos na inverossímil situação de que em tais casos o feto é uma ‘não-pessoa’, que depois passa a ser ‘pessoa’, para depois voltar a ser ‘não pessoa’, já que retorna ao útero, para depois tornar-se ‘pessoa’, quando nascer.

Excluindo portanto a localização como critério para ser considerado pessoa, Kaczor discute a questão de se a condição de pessoa se estabelece em algum ponto entre a concepção e o nascimento. Ele observa que a viabilidade, quer dizer, se o feto no útero é potencialmente capaz de viver fora do ventre materno, era citada pelo Supremo Tribunal dos EUA no processo ‘Roe v. Wade’ como um modo de determinar se os fetos humanos merecem alguma proteção legal.

Contudo, segundo Kaczor, esta postura tem seus problemas. Por exemplo, os gêmeos unidos dependem em ocasiões um do outro para viver e, ainda assim, ambos são considerados pessoas.

A viabilidade também estabelece um problema, porque nos países ricos, com avançados cuidados médicos, os fetos se tornam viáveis antes que nos países pobres. E os fetos femininos são viáveis antes que os masculinos. As diferenças de sexo e de riqueza deveriam influir em quem é pessoa ou não?

Outra ideia é considerar que a capacidade de sofrer dor ou desfrutar do prazer é o que poderia marcar o começo do direito à vida, continua Kaczor. Isso tampouco é suficiente, pois exclui os que estão sob anestesia ou em coma. Ademais, alguns animais têm esta capacidade.

Ética ‘gradual’

A resposta pró-abortista às críticas anteriores adota a forma do ponto de vista ‘gradual’. Kaczor explica que isso consiste em sustentar que o direito à vida aumenta em força de modo gradual conforme se desenvolve a gravidez, e quanto mais similar um feto é de uma pessoa como nós, maior proteção deveria ter.

No entanto, Kaczor observa que há uma diferença entre o direito à vida e o restante dos direitos. Há restrições de idade para votar, dirigir ou ser eleito para um cargo público. Isso acontece porque o direito em questão exige uma capacidade para assumir as responsabilidades implicadas.

Pelo contrário, o direito à vida não contém implicitamente nenhuma responsabilidade e, por isso mesmo, pode ser desfrutado sem ter em conta a idade ou as capacidades mentais.

Outro problema da postura ‘gradual’ é que o desenvolvimento humano não termina com o nascimento. Se o status moral se vincula ao desenvolvimento psicológico, matar alguém de 14 anos iria requerer uma justificativa maior que matar um de 6.

Kaczor afirma que o erro desses argumentos nos leva à conclusão de que, se não há diferenças eticamente relevantes entre os seres humanos em suas diversas etapas de desenvolvimento que faça com que alguém não seja uma ‘pessoa’, a dignidade e o valor de uma pessoa não começa depois de seu nascimento, nem em momento algum de sua gestação. Todo ser humano é também uma pessoa humana.

A história nos apresenta muitos exemplos da necessidade de respeitar todo ser humano como pessoa portadora de dignidade. Kaczor argumenta que em teria ninguém atualmente, ao menos no Ocidente, defenderia a escravidão, a misoginia ou o antissemitismo.

A pessoa começa com a concepção?

Segundo Kaczor, essa questão não é a princípio moral, mas científica. Ele cita textos científicos e médicos que afirmam que com a concepção há o início de nova vida humana e uma mudança fundamental com a criação de um ser com 46 cromossomos.

Após a fecundação não há presença de nenhum agente exterior que mude o organismo recém-concebido em algo que seja diferente. Pelo contrário, o embrião humano se auto-desenvolve para futuras etapas.

“Fazendo uma analogia, o embrião humano não é um mero modelo detalhado da casa que se construirá, mas uma casa minúscula que se faz cada vez maior e mais complexa, através de seu auto-desenvolvimento ativo para a maturidade”, esclarece o autor.

Após isso, os últimos capítulos do livro analisam alguns argumentos utilizados pelos defensores do aborto. Examina-os um por um, mostrando suas debilidades.

Por exemplo, tem-se sustentado que, posto que nas primeiras etapas há a possibilidade de que haja uma divisão em dois irmãos, o embrião não é um ser humano individual. Kaczor rebate isso dizendo que, ainda que se possa dividir em dois seres, isso não significa que não seja um ser individual.

Ele comenta que a maioria das plantas pode dar lugar a mais plantas individuais, mas isso não significa que uma planta não possa ser uma planta individual e diferente.

O autor analisa também alguns casos difíceis como as gravidezes resultado de violação ou incesto. A personalidade do feto, insiste Kaczor, não depende da forma como foi concebido. “És o que és, sem importar as circunstâncias de tua concepção e nascimento”, afirma.

O livro de Kaczor, como uma argumentação sólida, contém muitos raciocínios cuidadosamente elaborados, o que o torna uma valiosa fonte de inspiração para os que lutam por defender a vida humana.
fonte:zenit.org

Judeus e católicos esperam assinatura dos Acordos Santa Sé-Israel

Judeus e católicos esperam assinatura dos Acordos Santa Sé-Israel_ Comissão bilateral de diálogo abordou a questão da liderança religiosa
JERUSALÉM, sexta-feira, 1º de abril de 2011 (ZENIT.org) - A comissão bilateral de diálogo, formada pelo Grão-Rabinato de Israel e pela Comissão da Santa Sé para as Relações Religiosas com o Judaísmo, expressou confiança de que sejam assinados logo os Acordos bilaterais entre a Santa Sé e o Estado de Israel.
Assim afirma a declaração com a que se concluiu a 10ª reunião das duas delegações, realizada em Jerusalém até ontem, 31 de março, e que discutiu a "liderança religiosa na sociedade leiga".
A Comissão "manifestou sua esperança de que as questões pendentes nas negociações entre a Santa Sé e o Estado de Israel sejam resolvidas em breve, e que os acordos bilaterais sejam prontamente ratificados em benefício de ambas as comunidades", diz a nota.
Ambas as delegações reconheceram que o trabalho desta Comissão "influencia na mudança positiva ocorrida na percepção das relações judaico-cristãs na sociedade de Israel".
O diálogo se centrou nos "desafios da sociedade secular moderna", bem como no papel de liderança dos crentes nela.
"Além de seus muitos benefícios, os rápidos avanços tecnológicos, o consumismo desenfreado e uma ideologia niilista, com foco exagerado no indivíduo, em detrimento da comunidade e do bem-estar coletivo, levaram-nos a uma crise moral."
Junto com os benefícios da emancipação, diz a nota, "o século passado foi testemunha de uma violência e crueldade sem precedentes. Nosso mundo moderno está substancialmente desprovido de sentido de pertença, significado e propósito".
Para judeus e católicos, "a fé e a liderança religiosa têm um papel fundamental na resposta a estas realidades", para trazer "esperança" e "orientação moral".
Ambas as delegações propuseram a figura de Moisés como "paradigma de líder religioso que, através de seu encontro com Deus, responde ao chamado divino com fé total, amando a sua gente, pregando a Palavra de Deus sem medo, tendo a liberdade, a coragem e a autoridade que vem de obediência a Deus, sempre e incondicionalmente, ouvindo todos, pronto para o diálogo".
Também sublinharam que a responsabilidade dos crentes é "testemunhar coerentemente a presença divina em nosso mundo", o que deve ser visto "na educação, com foco nos jovens e no compromisso efetivo dos meios de comunicação", bem como na área caritativa.
Tanto para judeus como para católicos, a secularização ou laicidade positiva "trouxe muitos benefícios".
Se a secularização for bem compreendida, enfatizou, "é possível prover uma sociedade em que a religião possa florescer".
"No entanto, para este foco possa ser sustentável, precisa contar com mais estrutura antropológica e espiritual, que leve em conta o bem comum, que, por sua vez, encontra sua expressão na fundação religiosa dos deveres morais."
A delegação católica aproveitou a ocasião para "reafirmar o ensinamento histórico da declaração ‘Nostra Aetate', do Concílio Vaticano II, com relação à aliança divina com o povo judeu, que é amado em atenção aos seus pais. Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis".
Por parte católica, participaram os membros da Comissão da Santa Sé para as Relações Religiosas com o Judaísmo, entre os quais os cardeais Jorge Mejia e Peter Turkson, o patriarca de Jerusalém, Dom Fouad Twal, e seu vigário, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo, além de teólogos de renome, bem como o arcebispo de Chieti, Dom Bruno Forte, e Francesco Fumagalli.
Por parte dos judeus, participaram o rabino-chefe, Shear Yashuv Cohen, e os rabinos David Brodman, Ratzon Arussi e David Rosen.
Fonte: zenit.org