sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cristãos e muçulmanos proclamam direitos da pessoa

Cristãos e muçulmanos proclamam direitos da pessoa
Conclui em Roma o fórum católico-muçulmano


Por Inma Álvarez
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 6 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Ao concluir hoje, em Roma, o primeiro Fórum Católico-Muçulmano, os representantes de ambas as religiões divulgaram um comunicado no qual mostram seu apoio comum à dignidade e aos direitos da pessoa. Em sua redação participaram 24 expoentes e 5 conselheiros de cada religião. O tema do seminário foi «Amor a Deus, amor ao próximo».
O comunicado apresenta em 15 pontos as várias afirmações comuns quanto ao respeito devido à pessoa, tanto homem como mulher, independentemente de suas crenças. Também afirma o respeito aos direitos das minorias e à liberdade de consciência.
O fórum, que pela primeira vez reúne representantes islâmicos das diferentes correntes – xiitas, sunitas e outros – do mundo inteiro, constitui uma iniciativa do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso e de representantes dos 138 líderes muçulmanos que escreveram uma carta aberta ao Papa e aos líderes religiosos cristãos com o título «Uma Palavra Comum» (http://www.acommonword.com).
No primeiro ponto, o comunicado mostra como a concepção de um Deus fonte de amor é compartilhada por ambas as religiões. Para os cristãos, esse amor se mostra em Cristo e é inseparável do amor ao próximo. Para os muçulmanos, o amor é um «poder eterno transcendente que dirige e transforma o respeito mútuo» e emana de Deus.
Como conseqüência, ambos proclamam que a vida humana «é o presente mais belo de Deus a cada pessoa», que deve ser «conservado e honrado em todas as suas etapas». Insistem em que é necessário reconhecer a igual dignidade de homens e mulheres.
Além disso, defendem “o direito de indivíduos e comunidades de praticar sua religião privada e publicamente», assim como o respeito às minorias religiosas.
«Nenhuma religião nem seus seguidores deveriam ser excluídos da sociedade. Cada um deveria ser capaz de dar sua contribuição indispensável para o bem da sociedade, sobretudo no serviço ao mais necessitado», acrescenta o comunicado.
Eles concluem que tanto católicos como muçulmanos estão chamados «a ser instrumentos de amor e harmonia entre crentes e para a humanidade em geral, renunciando a qualquer tipo de opressão, violência agressiva e terrorismo, sobretudo quando cometidos em nome da religião, e mantendo o princípio de justiça para todos».
Além disso, consideram a diversidade de culturas e religiões como querida por Deus e como ocasião de enriquecimento mútuo, e se comprometem a que estas diferenças não sejam causa de conflitos.
Ambas as partes se declaram satisfeitas pelo trabalho realizado. Prevê-se que o fórum volte a se reunir dentro de dois anos, em um país de maioria muçulmana, ainda não especificado.
finte: Zenit.org

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