terça-feira, 4 de novembro de 2008

Necessidade de frear êxodo de cristãos do Oriente

Necessidade de frear êxodo de cristãos do Oriente
A presença cristã é necessária para o diálogo com o Islã, segundo o patriarca greco-melquita


Por Inma Álvarez
ROMA, sexta-feira, 24 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- Se a Europa e os Estados Unidos querem instaurar um clima de paz no Oriente Próximo e combater o terrorismo, devem preocupar-se por manter viva a presença cristã nestas terras. Assim afirmou o patriarca greco-melquita de Antioquia, Sua Beatitude Gregório III Laham, em uma entrevista concedida ao L'Osservatore Romano e publicada em sua edição de hoje.
O patriarca afirma que o atual êxodo dos cristãos é «uma hemorragia que está enfraquecendo lentamente o povo da paz na terra da paz», especialmente na Terra Santa, mas também no Líbano, Jordânia, Síria, Kuwait, Iraque e Emirados Árabes.
A difícil situação que os cristãos atravessam nestes países nos quais são minoria está se agravando, afirmou o prelado, «pelas ameaças cada vez mais fortes e os episódios de violência, que são cada vez mais freqüentes».
Se o êxodo continuar, afirma, «poderiam criar blocos separados e seria cada vez mais difícil falar de convivência entre uma Europa de maioria cristã, um mundo árabe totalmente islâmico e um pequeno território totalmente hebraico».
«Isso suporia verdadeiramente o risco de um choque de civilizações que não se conhecem, de culturas que não se falam, de religiões que não se respeitam reciprocamente».
Portanto, se os países ocidentais «querem a paz e querem verdadeiramente pôr fim ao terrorismo, se querem manter uma relação construtiva com o mundo islâmico, devem preocupar-se por manter viva a presença, o testemunho da comunidade cristã nestas terras».
«Para evitar que o fundamentalismo cresça com o pretexto da pureza da fé e alimente o terrorismo, é preciso enfrentar o problema na raiz», acrescenta o patriarca Laham.
O prelado greco-melquita aproveitou sua presença em Roma pelo Sínodo para fazer um convite a todos os bispos para «que façam tudo o que puderem para pedir a paz em Jerusalém, como rezamos nos salmos».
«Paz para Jerusalém significa paz para o mundo todo, mas sobretudo que se permita aos cristãos que continuem dando seu testemunho no Oriente Próximo», um testemunho que o prelado define como maravilhoso.
O Sínodo, muito importante
Sua Beatitude Gregório III Laham alude também à sua experiência do Sínodo, e acrescentou que voltará à sua terra «mais rico» e desejoso de transmitir o vivido aos cristãos de seu país, mas «também aos muçulmanos: que Deus ama o mundo todo, que ama todos os homens».
Os cristãos do Oriente Próximo, acrescenta, devem fazer a Palavra de Deus chegar «a muçulmanos e a hebreus. Devemos encontrar caminhos que nos ajudem a fazer todos convergirem a um ponto de encontro. Esta é nossa missão».
Neste sentido, acrescentou, o Sínodo «evidenciou a necessidade do diálogo com o mundo hebraico e com o mundo islâmico, ainda que também houve reticência».
«Minha impressão de é que muitos bispos ainda não têm muito presente a importância que o Islã está adquirindo no mundo, e que não se preocupam muito por conhecê-lo com mais profundidade», acrescenta.
O patriarca espera que deste Sínodo saia «uma Palavra forte, cheia de uma confiança e uma esperança renovada. A mensagem responde fielmente ao entusiasmo de Paulo, o Apóstolo sob cuja guia se pôs este Sínodo. Encontro nesta mensagem um grande poder para enfrentar o diálogo em sentido cristão com todos, na clareza da luz cristã, que é verdadeiramente a luz do mundo». fonte:zenit.org

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