quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Preocupação da Santa Sé pelo êxodo dos cristãos de Mosul

Preocupação da Santa Sé pelo êxodo dos cristãos de Mosul
O porta-voz vaticano pede «mais proteção» por parte das autoridade

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 22 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- O diretor da Sala de Informação do Vaticano, Pe. Federico Lombardi S.J., declarou nesta quarta-feira que a Santa Sé está «enormemente preocupada» pela violência contra os cristãos da cidade iraquiana de Mosul.
Após os ataques, ele explica que se adverte um problema de fundamentalismo islâmico, que poderá ser ainda mais grave, dada a atual situação do país.
O Pe. Lombardi, em declarações à agência Reuters, recolhidas pela «Rádio Vaticano», perguntou-se «se as autoridades iraquianas não estão em condições de defender os cristãos», ou se pelo contrário «não há suficiente vontade» de defendê-los.
A situação dos cristãos de Mosul é cada vez mais dramática. Segundo dados da organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), cerca de 2.300 famílias cristãs teriam fugido da cidade nos últimos dias para escapar da onda de violência anticristã, que já causou 15 mortes.
Segundo dados publicados pela «Rádio Vaticano», estima-se que poderão ficar na cidade cerca de 500 cristãos, frente aos 25 mil que integravam a comunidade cristã antes da Guerra do Golfo.
Em um comunicado do ministério iraquiano dos Direitos Humanos, informa-se que «2.275 famílias cristãs de Mosul abandonaram a cidade para fugir da violência contra sua comunidade», ainda que «o êxodo tenha cessado».
Apesar das medidas de proteção do governo, poucos cristãos se atreveram a voltar. Nos últimos dias, o bispo auxiliar da Babilônia dos Caldeus, Dom Shlemon Warduni, lançava um apelo, durante uma reunião mantida com o primeiro-ministro iraquiano, Jalal Talabani, a que as autoridades «façam algo» para que as famílias cristãs possam voltar a viver lá com segurança.
Em declarações recolhidas pelo L'Osservatore Romano, Dom Warduni criticava «o atraso com que o mundo e o governo reagiram à tragédia», um silêncio que definiu como «estrondoso».
Precisamente hoje estava prevista uma jornada de jejum e oração na igreja de Santa Maria do Sagrado Coração de Bagdá, pelas pessoas assassinadas em Mosul e por suas famílias, assim como pela paz do país. Está prevista a presença do núncio apostólico no Iraque, Dom Francis Assisi Chulikatt.

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