sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Weigel: não há nada comparado à teologia do corpo

Weigel: não há nada comparado à teologia do corpo

Em contraste com a visão atual de «sexo como esporte»


Por Robert F. Conkling

BALTIMORE: terça-feira, 21 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- Os ensinamentos sobre a teologia do corpo de João Paulo II oferecem uma visão curativa da sexualidade humana, com a qual a cultura hoje dominante não pode estar de acordo, afirma o autor e pensador católico norte-americano George Weigel no discurso de abertura da 77ª Conferência Educativa Anual da Associação Médica Católica sobre a aplicação da teologia do corpo de João Paulo II à prática da medicina.

Os 306 médicos e 18 estudantes de Medicina se reuniram de 9 a 12 de outubro em Baltimore (Maryland, EUA) para refletir sobre o tema «Teologia do Corpo: Desafios Modernos à Saúde, à Consciência e à Dignidade Humana».

A conferência anual, que se celebrou sob a proteção da mulher, mãe e médica italiana Santa Gianna Beretta Molla, começou com uma Missa presidida pelo cardeal William Keeler, arcebispo emérito de Baltimore. O arcebispo Dom Edwin O'Brien, que atualmente está à frente da sede episcopal desta cidade americana, presidiu por sua vez a missa de encerramento.

Weigel, autor da biografia do Papa João Paulo II, «Testemunha de Esperança», afirmou que o século XXI se caracteriza pela questão do ser ou do nada: «estamos sendo testemunhas de um novo gnosticismo, no qual se crê que o mundo material, inclusive o corpo humano, é totalmente maleável e modificável».

Este novo gnosticismo, observa, sustenta que «tudo o que pode ser modificado deverá sê-lo», e que esta tendência se nota sobretudo no campo da sexualidade humana.

Quando neste campo nada se considera como um dom, chega-se a uma «ditadura do relativismo», afirmou o autor, citando o discurso do então cardeal Joseph Ratzinger no conclave que traçou sua eleição como Bento XVI.

Colisão de verdades

Quando «minha verdade e tua verdade colidem», afirmou Weigel, estas realidades irreconciliáveis se resolvem através do poder coercitivo do Estado.

O escritor pôs esta visão da «sexualidade convertida em um esporte» em contraste com os ensinamentos de João Paulo II em sua teologia do corpo, sobre a qual o falecido Pontífice já estava trabalhando durante o conclave que o levou a ser eleito Papa.

A resposta cristã a este novo gnosticismo se encontra na «teologia do corpo», declarou Weigel, que oferece uma visão ampla da história bíblica presente no livro do Gêneses.

João Paulo II, explicou, contemplava o início, quando Deus chamou o primeiro homem à vida, e depois a primeira mulher. O Papa havia descoberto que antes do pecado original existiam a solidão original do primeiro homem (Adão), a unidade original do homem com a mulher (Eva) e de ambos com Deus, e a original nudez sem malícia.

Juntos descobriram o amor de Deus através de um dom livre de si mesmos, e da abertura à fertilidade, acrescentou. João Paulo II considerava que a unidade original de Adão e Eva – e de ambos com Deus – se rompeu quando estes se utilizaram reciprocamente ao invés de doar-se livremente um ao outro.

O dom de si no santo matrimônio, com a plena abertura do corpo do homem ao corpo da mulher, é um ícone do amor de Deus, observa Weigel.

Segundo ele, este ensinamento novo, agora disponível para toda a Igreja Católica, desde os escritos originais de João Paulo II às publicações de outros autores, oferece à cultura dominante, que considera o sexo como um esporte, uma visão curativa que não tem comparação com nada do que esta cultura possa oferecer.

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