quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sínodo do «como», não do «quê»

Sínodo do «como», não do «quê»
Agora a assembléia tem de chegar a propostas concretas


Por Jesús Colina
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 16 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- Após as intervenções dos padres sinodais na congregação geral, um dos auditores sintetizou um parecer compartilhado entre os presentes: no Sínodo da Palavra a questão é o «como» e não o «quê».
De fato, entre os participantes há um acordo total sobre a questão de fundo: a Palavra é muito mais que a Bíblia, é o próprio Cristo, tesouro incalculável da Igreja. Porém, como disse o ouvinte, Ricardo Grzona, agora é necessário compreender «como» fazer para que se converta em vida das pessoas.
Inclusive uma das poucas questões que provocou certa tensão nesta semana, a relação entre exegetas e teólogos, entre exegetas e bispos e entre exegetas e povo de Deus, encontrou uma resposta compartilhada: a teologia e o magistério têm necessidade dos exegetas e os exegetas têm necessidade da teologia e do magistério. A resposta está na complementaridade e na comunhão.
Nesta quinta-feira, os padres sinodais trabalharam, divididos em grupos lingüísticos, de cerca de 20 pessoas cada um, para poder apresentar propostas concretas que respondessem ao «como».
Grzona, presidente da Fundação Ramón Pané, com sede em Honduras, interveio diante da assembléia, fazendo-se porta-voz dos milhões de catequistas do mundo.
«No tema sobre a Bíblia, o ‘quê’ é muito claro. Os catequistas esperam deste Sínodo que ofereça dicas concretas para o ‘como’ levar adiante esta tarefa», afirmou Grzona, consultor católico das Sociedades Bíblicas Unidas dos Estados Unidos.
O ouvinte pediu à assembléia «algumas linhas concretas, pensando sobretudo nessa grande maioria de pessoas que vive na cultura da mídia e que cada vez lê menos».
«Notamos que na catequese se ensina mais a rezar (como recitar orações) que a orar propriamente, como resposta a Deus, que se comunica primeiro com sua Palavra», disse o consultor, cuja intervenção provocou um aplauso geral da assembléia.
«Ainda há um longo caminho a ser percorrido neste tema da oração e é mister que nossas estruturas todas, começando pela catequese ,sejam verdadeiras escolas de oração.»
Em particular, Grzona se referiu a uma das propostas mais repetidas até agora por este Sínodo, a «Lectio divina», para explicar como esta prática está sendo promovida na internet entre os jovens.
Trata-se do projeto de «Lectionautas» (http://lectionautas.com), ao qual já se uniram mais de 300 mil jovens, segundo informou.
Nesta sexta-feira está prevista a entrega das propostas dos grupos de trabalho à secretaria geral do Sínodo. Será a base, que depois será unificada e votada, para recolher os frutos que esta assembléia apresentará ao Papa.
fonte: zenit.org

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