sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Professora russa testemunha descoberta de Deus na arte

Professora russa testemunha descoberta de Deus na arte

Intervenção de Natalia Fedorova Brovskaja

CIDADE DO VATICANO, domingo, 19 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- Uma professora russa testemunhou no Sínodo dos Bispos como a arte não só a levou a descobrir a Deus, mas também a experimentar seu amor.
Natalia Fedorova Brovskaja, professora da Universidade Estatal Russa de Humanidades e da Academia Russa de Belas Artes, ilustrou aos bispos o fecundo testemunho de leitura espiritual da Bíblia.

«Para mim, a arte cristã, especialmente os ícones russos e os quadros do Renascimento italiano, se converteu em um caminho para o espaço da vida de Deus», confessou.

«Nasci na União Soviética, o país do ateísmo de Estado. Nunca pensei em Deus e ninguém me falou dele, exceto as obras de arte, a música e a literatura».

«Hoje, ensino História da Arte. A principal pergunta que me proponho é que métodos e que concepção do ensino podem ajudar meus alunos a encontrarem o amor de Deus através de seus estudos», explicou.

«É evidente: encontrarão seu Pai só se eu for capaz de permanecer no âmbito de Sua Palavra. Mas como permanecer ali durante uma classe ou um seminário, quando se deve decidir sobre problemas profissionais concretos?», perguntou.

Respondeu oferecendo três pistas.

Em primeiro lugar, «acolher a obra de arte em nosso coração como uma oração do pintor. Ensinar a compreender que estamos imersos na atmosfera desta oração, como um sacerdote, para sua celebração litúrgica, está imerso na oração eterna de Cristo».

Em segundo lugar, sugeriu «contemplar a história da arte com atenção espiritual, tentando ler seu profundo simbolismo religioso. Penso que a Igreja teria de rezar constantemente por todos os professores e os historiadores da arte, porque a vida da arte no mundo é a história sagrada da misericórdia de Deus».

Em terceiro lugar, propôs «olhar a pessoa do artista à luz do amor de Deus. Vemos que com frequência a biografia do pintor é uma via crucis, e que o conteúdo da cruz consiste em seus pecados, erros e tentações, que infelizmente são demasiado notórios. Não todos os pintores viveram como Fra Angélico».

«Por que, apesar das obscuras circunstâncias de sua vida, souberam criar obras de alto valor espiritual?» O conceito deste fenômeno não é somente científico», declarou.

«É uma história da arte como história da Palavra de Deus, a história da salvação, para a qual a Palavra Eterna - Jesus Cristo - está disposta a sofrer, a ser crucificada e a morrer na alma de cada pintor, para fazer crescer seu talento, que foi criado pelo Pai como linguagem de seu Filho predileto».

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